BOTAFOGO

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Destaque no meio e nas laterais, polivalente Somália ataca de DJ

Curinga do Botafogo realiza desejo de aprender a manejar as carrapetas, comemora rápida adaptação ao Botafogo e identificação com a torcida

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro

especial dj somaliaCom seu fone dourado, Somália ataca de DJ
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)

Não é exagero dizer que Somália dita o ritmo do Botafogo. Com versatilidade e, principalmente, vitalidade, ele ganhou a simpatia de Joel Santana e a vaga de titular. Mas entre uma partida e outra e sempre nas viagens, o volante dedica seu tempo à música. Com seu fone de ouvido dourado, o paulista do bairro de Vila Nova Galvão uniu o gosto pelo hip hop ao apreço pelo funk carioca, a ponto de se interessar pela atuação dos DJs.

Por isso, o GLOBOESPORTE.COM promoveu o encontro de Somália com o DJ Tralha. Numa tarde de folga, o jogador realizou o desejo de saber um pouco mais sobre as carrapetas. Depois da experiência, o curinga alvinegro, pelo visto, ganhou mais uma habilidade.

- Também gosto muito de samba e de vez em quando me arrisco em alguns instrumentos. Mas nunca tinha mexido na aparelhagem de um DJ e achei muito legal. Quando tiver mais um tempo, vou querer umas aulas para aprender bem - disse Somália.

Depois de uma rápida explicação de Tralha, Somália reproduziu algumas músicas. E assim como costuma fazer em campo, sob o comando de Joel Santana, cumpriu com eficiência as instruções do DJ.

- Está aprovado. Com uma hora de aula por dia, em algumas semanas ele vai tocar. O Somália mostrou que leva jeito para a coisa, pois tem ritmo e bom repertório. Além disso, vai ter sucesso se quiser seguir no ramo, pois o nome DJ Somália é uma marca - brincou o DJ Tralha, que já foi professor de outros boleiros, como Romário e Vagner Love

especial dj somaliaProfessor de Romário e Love, DJ Tralha abriu a boate São Nunca numa tarde apenas para ensinar Somália o trabalho de DJ (Foto: André Durão / Globoesporte.com)

Se ainda tenta dominar a aparelhagem de som, Somália não demorou quase nada para se adaptar ao Botafogo e ao Rio de Janeiro. O bom desempenho nos primeiros meses rendeu ao jogador um contrato de três anos de duração. Logo na primeira vez em que defendeu um clube de Primeira Divisão, o jogador alcançou uma popularidade, principalmente com as crianças, que o surpreendeu.

- Acho que tenho cara de Bozo, porque as crianças me adoram. Deve ser porque eu dou risada o tempo inteiro - brincou ele, que é pai de Isabelle, de 2 anos e meio.

A seriedade está, sim, no trabalho do dia a dia. E foi por causa dele, segundo Somália, que foi possível desarmar a desconfiança e passar de coadjuvante a um dos principais nomes do Botafogo na temporada.

- Cheguei desacreditado, o que era normal, mas sempre me senti preparado para defender um clube como o Botafogo. Venho colhendo coisas boas por tudo o que fiz. Não adiantava ser mais um.
 

Mas antes do intervalo, a preocupação da torcida virou festa. Exatamente em uma cobrança de falta. Mas não com Lucio Flavio. Aos 44, o lateral Marcelo Cordeiro assumiu a responsabilidade e colocou a bola com precisão no ângulo direito. Viáfara ainda raspou na pelota, mas não evitou que a rede balançasse.

No segundo tempo, logo aos cinco minutos, Marcelo Cordeiro sofreu uma lesão muscular e teve que deixar o jogo. Joel Santana escalou Edno na ala esquerda. Que teve atuação sofrível.

Apesar de seguir com o trio de volantes, o Vitória, inferiorizado no placar, procurou tomar a iniciativa. O time baiano rondava a área alvinegra, mas suas tentativas eram neutralizadas pelos adversários. Já a equipe de casa recuou perigosamente, apostando nos contra-ataques.

Com Ramon já sem tanto fôlego, pela idade e pelo campo pesado, Lopes decidiu mudar o esquema rubro-negro, trocando o veterano pelo jovem atacante Henrique, com exatamente a metade da idade do meia: 19 anos. Mesmo sem Ramon, as melhores chances do Leão ocorreram em duas faltas. Cobradas por Bida, muito perto da meta.

Do lado do Botafogo, Lucio Flavio era vaiado toda vez que pegava na bola. Torcedores pediam a entrada de Renato Cajá. O que ocorreu aos 29 minutos. No ataque, Jobson e Loco Abreu não se entendiam. Dois minutos antes da alteração, o camisa 9 invadiu pela direita e arriscou o chute - para fora. Livre, o uruguaio pedia o passe. Em vão.

Com os erros do Botafogo, o Vitória ameaçava cada de vez mais. Antônio Lopes queimou o último cartucho, escalando Elkeson no lugar de Júnior. O time baiano investia especialmente pela direita, com o lateral Nino. Enquanto Joel deixava claro que o objetivo era segurar o resultado, tirando Jobson e colocando Fahel em campo.

O Vitória pressionou nos minutos finais, mas o Botafogo conseguiu se defender. E comemorar um triunfo esperado há quase um mês e meio.