SELEÇÃO BRASILEIRA
Mano convoca Ronaldinho Gaúcho e Neymar para jogo contra a Argentina
Apoiador do Milan retorna à Seleção Brasileira após ter ficado fora da lista para a Copa do Mundo. Atacante do Santos também volta a ser chamado
para o jogo diante da Argentina (Getty Images)
Ronaldinho Gaúcho está de volta. Nesta sexta-feira, no Hotel Intercontinental, em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro, o técnico Mano Menezes confirmou o retorno do apoiador do Milan à Seleção Brasileira no amistoso contra a Argentina, no dia 17 de novembro, em Doha, no Qatar. Além do jogador, o atacante Neymar, do Santos, também foi novamente lembrado pelo treinador. A outra novidade é o apoiador Douglas, do Grêmio.
Mano decidiu chamar Ronaldinho após visitar o jogador no centro de treinamento do Milan e de acompanhar seu desempenho contra o Chievo (3 a 1), pelo Campeonato Italiano, e diante do Real Madrid (derrota por 2 a 0), pela Liga dos Campeões.
Ronaldinho Gaúcho não era chamado para a Seleção Brasileira desde março do ano passado. A última partida do jogador pela equipe canarinho foi no dia 1º de abril, na vitória por 3 a 0 sobre o Peru, no Beira-Rio, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Mano disse que o retorno do camisa 80 do Milan, que não participará do clássico contra o Juventus neste fim de semana por conta de um incômodo muscular, se deve pela boa fase dele na Velha Bota e também por uma carência na armação de jogadas.
- Temos avaliado tudo aqui e entendemos que nesse momento poderíamos pensar novamente nele. É um jogador que vem com uma sequência boa em uma posição que precisamos. É uma referência e vai agregar valor à seleção para um setor que a gente ainda precisa evoluir e vai acrescentar nesse setor - afirmou Mano Menezes.
Neymar é outro que retorna à Seleção. Após ficar fora dos amistosos contra o Irã (3 a 0), em Abu Dhabi, e diante da Ucrânia (2 a 0), em Derby, na Inglaterra, por problemas disciplinares no Santos, o jogador ganhou uma nova oportunidade de Mano Menezes. O atacante é tido como um dos pilares do processo de renovação da Seleção após a Copa do Mundo da África do Sul.
Mano indicou também que o comportamento de Neymar segue sendo observado, entretanto, valorizou a categoria do jovem do Peixe.
- Só estamos tendo essa preocupação porque é um jogador de talento. Mas não precisamos passar do ponto. Agora, na medida certa, vamos interferir por estarmos mais próximos - ressaltou Mano.
Confira a lista de convocados por Mano Menezes:
Goleiros:
Victor (Grêmio)
Jefferson (Botafogo)
Neto (Atlético-PR)
Laterais:
Daniel Alves (Barcelona)
Rafael (Manchester United)
Adriano Corrêa (Barcelona)
André Santos (Fenerbahçe)
Zagueiros:
Thiago Silva (Milan)
David Luiz (Benfica)
Alex Costa (Chelsea)
Réver (Atlético-MG)
Volantes:
Lucas (Liverpool)
Ramires (Chelsea)
Sandro (Tottenham)
Jucilei (Corinthians)
Meias:
Douglas (Grêmio)
Philippe Coutinho (Inter de Milão)
Ronaldinho Gaúcho (Milan)
Elias (Corinthians)
Atacantes:
Robinho (Milan)
Alexandre Pato (Milan)
André (Dínamo de Kiev)
Neymar (Santos)
Programação no Qatar
A delegação do Brasil segue para Doha em 14 de novembro. No dia 15, a equipe treinará no estádio Al Gharafa, time do meia Juninho Pernambucano, às 12h (de Brasília). Na véspera do amistoso contra os hermanos, os comandados de Mano Menezes fazem a movimentação no Kahlifa International Stadium, local da partida, às 14h. O retorno da Seleção, que ficará concentrada no Four Seasons Hotel, acontece no dia seguinte à partida.
SELEÇÃO FEMININA
26/10/2010 11h27 - Atualizado em 26/10/2010 16h58
Estrela nos EUA, Marta sonha: 'Quero jogar para sempre no Brasil'
No ritmo de música em sua homenagem, atacante brasileira revela que ainda pretende jogar no país e que acha impossível chegar aos mil gols
A letra da música diz assim: "Marta seu futebol é tudo. Marta é a melhor do mundo". Foi com os versos da canção lançada pelo grupo Boca de Forno, de Maceió, que a atacante do Los Angeles Sol e da Seleção Brasileira ilustrou o bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM, na Granja Comary, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
BRASIL MUNDIAL FC: clique aqui e escute a música em homenagem a Marta
No último domingo, Marta participou da goleada da Seleção Brasileira por 7 a 0 sobre o Haiti e marcou apenas um gol. Ela deixou o campo no intervalo, iniciou o alongamento e foi logo assediada pelas adversárias, ávidas por uma foto ou um autógrafo. No alambrado, torcedores gritavam pela atacante, que sorria e acenava. O assédio das haitianas e do povo nas ruas chamou a atenção da atleta, eleita a melhor do planeta pela Fifa em quatro oportunidades (2006, 2007, 2008 e 2009) e candidata novamente em 2010.
- É bacana todo esse carinho. Temos que retribuir de alguma maneira - afirmou a jogadora, admitindo ao longo do bate-papo a vontade de retornar ao Brasil para defender um clube do país.
Mas a simpatia de Marta não é privilégio apenas dos fãs por conta de seu trabalho nas quatro linhas. Fora de campo, a jogadora foi nomeada recentemente embaixadora de boa vontade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Na conversa na Granja Comary, ela relembrou a escolha.
- Estou orgulhosa de me comprometer pessoalmente nesse trabalho. É otimo trabalhar para fazer com que a vida das pessoas seja diferente. Não esqueci minhas origens - afirmou a jogadora, que nasceu em Dois Riachos, no interior de Alagoas.
E foi justamente mostrando tal simpatia que Marta foi desenrolando a entrevista com tranquilidade. Além de comentar os próximos passos na Seleção Brasileira, que em novembro vai disputar o Sul-Americano, competição que vale vaga para o Mundial da categoria, ele falou de seu desempenho no Gold Pride, clube que defende atualmente. Em 2010, ela se sagrou campeã da Liga Americana, jogando pela equipe que ficou na lanterna em 2009.
Confira os principais trechos da conversa com a atacante brasileira:
GLOBOESPORTE.COM: Quais são as expectativas para o Sul-Americano?
MARTA: São grandes as expectativas porque é um campeonato que nos dá a chance de disputar um Mundial. Estamos focados, trabalhando todos os dias para chegar no torneio e fazer um belo trabalho. Queremos jogar mais uma vez o Mundial.
No ano passado, o Los Angeles Sol fez um grande investimento e ficou com a segunda colocação na Liga Americana. Este ano, você foi para o Gold Pride, pior equipe no ano passado, e foi campeã. Como vê a mudança?
M: O Sol era uma equipe de alta qualidade, com jogadoras de alto nível. Jogamos a liga regular, ganhamos com uma margem boa de pontos. O problema é que tivemos duas ou três semanas de pausa antes da final e esse foi um dos fatores para que não fossêmos bem na final. Chegamos sem estar 100%, sem estar concentradas. Perdemos uma jogadora logo no início da partida decisiva e isso nunca tinha acontecido ao longo da temporada. Não tínhamos a expectativa de jogar com uma a menos e isso dificultou. Muitas jogadoras não estavam preparadas para jogar a final. Não vou tirar o mérito da equipe que venceu a final, mas tínhamos que ter tido um trabalho melhor.
o Haiti na Granja Comary (Foto: Globoesporte.com)
E qual foi a motivação no Gold Pride?
M: Fui para o Gold Pride devido ao término da franquia do Los Angeles Sol. Era um time que ficou em último e muita gente disse que eu iria para o pior time. Foi uma motivação a mais para virar o resultado para positivo. A equipe, por ter sofrido no ano passado, entrou com um ânimo maior. Algumas meninas foram para outras equipoes, mas quem ficou queria virar essa história, virar a tabela de cabeça para baixo (de último para primeiro). Ganhamos a temporada regular, ganhamos a final da liga, tivemos a melhor goleira, a melhor jogadora, a revelação, melhor defesa, melhor ataque. Foi perfeito e me dá prazer em falar disso tudo. A nossa equipe foi muito criticada no começo do ano.
Pensa em chegar aos mil gols?
M: Devo ter uns 300 ou 350 gols na carreira. Querer chegar aos mil todos querem, mas acho um pouco impossível, principalmnente no futebol feminino. As meninas não tem uma temporada cheia como tem o masculino, que joga o ano inteiro. Quem joga lá fora tem atividade por seis, sete meses e dificulta muito atingir essa marca. Acho impossível bater esse recorde no masculino também, mas deixa o recorde nas mãos do Pelé que está muito bom.
Tem algum objetivo no futebol que ainda não alcançou?
Marta: O sonho de qualquer brasileira é jogar no seu país e eu ainda tenho esse sonho. Quero ter esse carinho e essa ligação com o torcedor brasileiro.
Já está negociando um retorno?
Marta: Tenho uma vontade imensa de jogar para sempre no Brasil., mas ainda tenho mais um ano de contrato no Gold Pride. Vamos esperar um pouco mais. Agora não será possível.